sábado, 24 de abril de 2010

Para que serve uma ONG?


Há uma década, as ONGs pareciam ser a salvação do país. Hoje, há quem ache que elas são um enorme problema. Entre o céu e o inferno, o terceiro setor tenta descobrir quem é, para que serve e qual seu futuro

por Sérgio Gwercman

Um outro mundo é possível. Ou outro Brasil, que seja. Era o que se prometia para o futuro em junho de 1992, quando governantes de 108 países e 9 mil ONGs se reuniram no Rio de Janeiro para discutir os rumos ecológicos do planeta. A Rio-92, como foi batizado o encontro, entrou para a história das organizações não-governamentais brasileiras. Nunca elas haviam conseguido tanto destaque e espaço para debater suas posições, lado a lado com os mais importantes chefes de Estado.

Havia no ar a sensação de que estava surgindo um novo modelo de trabalho. Revolucionário e eficiente. Sem os vícios políticos e burocráticos do Estado, sem a ganância das empresas, formado apenas por cidadãos comprometidos com uma causa e dispostos a trabalhar por uma sociedade mais justa.

Dez anos mais tarde, o sonho de transformação deu lugar a uma realidade bem menos otimista. Uma pesquisa do Ibope revelou que 73% dos brasileiros nem mesmo sabem o que é uma ONG. Em algum lugar tanta expectativa se desfez. “Chegamos a um paradoxo em que há muito espaço para atuação e pouco para conseguir resultados”, afirma Jorge Eduardo Durão, presidente da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong). Nas próximas páginas você vai ler cinco perguntas e respostas essenciais para entender esse movimento. E saber o que podemos esperar dele.

O que é uma ONG?

Se levássemos ao pé da letra o significado da sigla poderíamos colocar na lista das organizações não-governamentais tudo aquilo não é empresa, mas também não faz parte do Estado. Incluindo aí o elitista Jockey Club ou a organização terrorista Al Qaeda. A bem da verdade, não existe uma definição clara de o que venha a ser uma ONG.

Pode-se dizer que ser organização não-governamental é uma filosofia de vida. A legislação cita associações, fundações e organizações civis de interesse público – não há uma lei no Brasil que utilize a palavra ONG. Os pilares em que elas estão fundamentadas foram desenhados e construídos pelos ideais de seus próprios participantes.

As portas dessa comunidade, no entanto, não estão abertas para todos. Alguns pré-requisitos precisam ser atendidos para um grupo ser considerado ONG. Fins lucrativos, claro, estão banidos. E o foco das atividades deve, sempre, estar voltado para a sociedade. “As ONGs são entidades comprometidas com determinadas causas. É um projeto político, uma interferência direta na sociedade”, diz Jorge, da Abong.

A falta de um conceito para definir o terceiro setor tem explicação. Estamos falando de uma experiência recente, ainda mais se comparada com o surgimento do primeiro setor (o Estado moderno, nascido das revoluções francesa e americana no século 18 ), e do segundo setor (a iniciativa privada, que opera da maneira como a conhecemos desde meados do século 17). O termo ONG apareceu na década de 50, durante uma convenção da ONU. No Brasil, elas são ainda mais novas. “Interferência direta na sociedade” e “projeto político”, lembrando as palavras de Jorge, são idéias impensáveis em tempos de ditadura. Assim, começamos a conhecer essas organizações apenas há duas décadas, quando o regime militar colocou pijama e saiu de cena. “‘Quem somos nós’ e ‘o que é uma ONG’ foram perguntas formuladas pela primeira vez na América Latina em meados dos anos 80”, escreve a antropóloga Leilah Landim, no livro ONGs e Universidades.

Para disciplinar a vida dessas “jovens”, o governo produziu em 1999 uma lei específica para o setor. A legislação, que não fala em “ONGs”, criou aº não menos enigmática “Oscip”, ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Sua inovação foi estipular critérios objetivos que uma entidade deve atender para ganhar do governo o reconhecimento de interesse público. “Para ser Oscip a organização deve disponibilizar ao público todas suas informações e atuar em áreas como assistência social, cultura e educação gratuita”, diz Maria Nazaré Barbosa, professora de legislação do terceiro setor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para que serve uma ONG?

“ONGs são as ferramentas que a população tem para participar da sociedade”, diz Plínio Bocchino, diretor de marketing da SOS Mata Atlântica, uma ONG fundada em 1986 para combater o desastre ecológico na mata que já ocupou 15% do território brasileiro e hoje mal chega a 2%. Até 20 anos atrás, participar da sociedade era sinônimo de votar ou ser membro de um partido político. Hoje, quem está insatisfeito pode entrar para uma ONG. Lá encontrará pessoas unidas por uma causa comum, lutando por ideais que consideram relevantes e, até por isso, focadas e especializadas nesses temas – sejam eles a utilização de bicicletas nas cidades, a construção de casas populares ecologicamente corretas ou a promoção do teatro nas periferias.

Mas o poder de ação das ONGs é limitado. Todos os entrevistados para esta reportagem são unânimes em dizer que elas não podem – e não devem – substituir o Estado. Pegue-se o exemplo do rio Tietê. “Jamais vai surgir uma ONG capaz de limpar o rio. Ela não teria dinheiro nem autoridade política para isso”, diz Luiz Carlos Merege, coordenador do Centro de Estudos do Terceiro Setor da FGV. Cabe à ONG protestar, organizar a sociedade, apresentar propostas, pressionar o governo e até associar-se a ele na execução do projeto. Mas ainda assim seria do Estado a responsabilidade de colocar a mão na massa.

As ONGs cumprem sua função?

Peguemos um exemplo de sucesso: o programa brasileiro de combate à aids. É impossível concebê-lo sem o terceiro setor. “Se não existissem ONGs especializadas em aids o atendimento aos portadores do HIV entraria em crise”, afirma Sergio Haddad, ex-presidente da Abong, em ONGs e Universidades. Nesse caso, assim como em muitos outros, o terceiro setor atingiu seus objetivos: levantou a discussão, pressionou o governo e auxiliou na execução do projeto. Há diversas histórias de sucesso como essa. Na década de 80, quando as ONGs ambientalistas começaram a crescer, ecologia era uma palavra desconhecida. Hoje, se é verdade que o desmatamento continua avançando, o debate ambiental vai das salas de aula às campanhas políticas. E há por todo lado ótimas iniciativas, como as campanhas de preservação de espécies capitaneadas pela SOS Mata Atlântica.

Enumerar sucessos, no entanto, pode deixar esquecida outra questão: todo esse movimento é suficiente para transformar o país ou estamos diante de um paliativo para que a sociedade possa dormir tranqüila acreditando que “alguém” está cuidando dos problemas do Brasil? Essa dúvida existencial tem feito parte das sessões de terapia do terceiro setor. “As ONGs vivem um momento de frustração. Estamos sendo um fracasso coletivo na tentativa de reverter o modelo de exclusão econômica”, diz Jorge Durão. Na verdade, podemos estar diante não apenas de uma crise de identidade, mas de dúvidas sobre a real capacidade de ação do terceiro setor. “As pessoas cristalizaram a idéia de que as ONGs são mais rápidas e menos burocratizadas que o Estado. Essa idéia é falsa”, diz o senador Mozarildo Cavalcanti, que em 2002 presidiu a CPI das ONGs, criada para investigar a atuação dessas entidades. Mozarildo toca num ponto nevrálgico do terceiro setor, que cresceu como alternativa a um Estado tão inchado quanto caro e ineficiente. A imagem que temos do Estado espelha a realidade. Mas as ONGs têm estruturas melhores? O senador acredita que não. “As ONGs gastam 60% dos recursos que recebem do governo na parte administrativa”, afirma. Segundo Mozarildo, em vez de esvaziar a máquina do Estado, estamos montando uma máquina paralela.

Quem financia as ONGs?

Ninguém sabe exatamente. Até hoje, nenhum estudo foi feito no Brasil para mapear em detalhes o funcionamento do terceiro setor. Assim, além de desconhecermos a origem do dinheiro, também não sabemos quem as ONGs são ou mesmo em que áreas atuam. O levantamento mais confiável sobre o assunto é o catálogo das filiadas à Abong. É bem pouco. A entidade reúne apenas 250 ONGs, enquanto estima-se que o país tenha algo como 250 mil.

De acordo com a Abong, seus principais financiadores são entidades internacionais, em especial da Europa. Em 2000, elas contribuíram com 50% do orçamento total do terceiro setor brasileiro filiado à Abong. A origem desse dinheiro está, em sua maioria, nos governos da Comunidade Européia. Assim, por mais paradoxal que seja, as maiores organizações não-governamentais do Brasil são financiadas com dinheiro governamental europeu.

Há um problema nesse mecanismo: quem decide o destino do dinheiro são os europeus. Por um lado, nada pode ser mais justo – é dinheiro deles, afinal. Mas a questão é qual o critério utilizado para escolher quem precisa de auxílio. “A comunidade internacional vê os bolsões de pobreza como um problema interno do Brasil. Assim, têm prioridade as ONGs que lidam com meio ambiente, que para os estrangeiros é um dos principais focos de atuação”, diz Nilto Tatto, secretário-executivo do Instituto Socioambiental (ISA), uma das mais ricas ONGs brasileiras, com orçamento anual de 11 milhões de reais, conseguidos principalmente no exterior.

A boa notícia é que, segundo especialistas, esse quadro está mudando. E ficando mais plural. A Abong já detectou um aumento do dinheiro estatal brasileiro no orçamento do terceiro setor. São parcerias com governos municipais, estaduais e federal. E, na iniciativa privada, o investimento social começa a deixar os departamentos de marketing e migrar para diretorias especializadas no assunto. “Isso é positivo, porque os marqueteiros pautam suas prioridades apenas pela possibilidade de exposição das marcas”, diz Luiz Merege, da FGV.

Qual o futuro das ONGs?

Uns erram, todos pagam o pato. É assim na política e na vida em sociedade, e não seria diferente no terceiro setor. No Rio de Janeiro, uma CPI estadual que investigou as ONGs apurou que algumas serviam de fachada para o governo contratar e comprar sem licitação. “A solução é separar as ONGs do Estado. Se é não-governamental, não deve dispor de recursos públicos”, afirma o deputado Paulo Ramos, presidente da CPI. O país, no entanto, está caminhando em outra direção. Além de regulamentar o setor, a lei das Oscips aumentou as possibilidades de parcerias entre Estado e sociedade civil. Por enquanto esses convênios são poucos, mas parecem apontar para um modelo que crescerá no futuro. O governo coloca dinheiro e as ONGs entram com seu conhecimento especializado.

Mas ninguém quer depender exclusivamente do Estado, até porque estamos falando de organizações não-governamentais – e não neo-estatais, como apelidaram alguns críticos. O desafio então é aumentar o dinheiro privado para o terceiro setor. E isso poderia acontecer com a mudança de algumas regras do jogo. Uma delas é seguir o modelo norte-americano e permitir que doações feitas por cidadãos possam ser deduzidas do imposto de renda – atualmente isso é privilégio das empresas. Há também quem defenda a redução da diferença entre a renúncia fiscal para a área social e para a cultura, por exemplo. “Quem dá dinheiro para música erudita recupera até 100% do investimento com a dedução de impostos. Na área social, chega-se no máximo a 30%”, diz Maria Nazaré, da FGV. Ou seja, é mais barato investir em cultura que em reduzir a pobreza. É óbvio que os empresários vão levar isso em conta ao aplicar seus recursos.

A mudança nessas regras poderia ajudar a desatar o nó da sustentabilidade, um dos principais entraves para o sucesso do terceiro setor. Como as pequenas empresas, as ONGs enfrentam forte concorrência e boa parte delas não supera os primeiros anos de vida. Passam mais tempo lutando por dinheiro que pelas causas que originaram sua existência. A saída, não há dúvidas, está na profissionalização do setor. “Profissionalização é essencial para conseguir eficiência. E eficiência é saber como eu, com poucos recursos, posso lidar com problemas tão amplos”, diz Célia Cruz, diretora da Ashoka, uma ONG que financia profissionais do terceiro setor, os chamados “empreendedores sociais”. Em resumo: um outro mundo é possível, sim. Mas, para construí-lo, é preciso mais que idealismo.

Para saber mais

Na livraria:

O Público Não-Estatal, Luiz Carlos Bresser Pereira e Nuria Grau (organizadores), Fundação Getúlio Vargas, 1999

ONGs e Universidades, Sérgio Haddad (organizador), Abong, 2002

Na internet:

www.abong.org.br, Site da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais

sábado, 17 de abril de 2010

O PEQUI CONTRA O CÂNCER...


Pequi tem diversas propriedades

medicinais, segundo pesquisa da UnB.

Ingrediente tradicional da culinária do Centro-Oeste, amado por alguns paladares, odiado por outros, o pequi tem propriedades que podem fazer dele muito mais que um simples tempero.Pesquisa realizada pelo Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB) concluiu que esse fruto típico do Cerrado pode ser indicado como eficiente redutor da ação dos chamados radicais livres (moléculas que se formam no organismo humano e reagem de forma danosa às células sadia) e está qualificado como coadjuvante no tratamento do câncer. Coordenado pelo professor César Koppe Grisólia, o estudo deu origem à dissertação de mestrado Avaliação do potencial mutagênico, antimutagênico e antioxidante do extrato aquoso de polpa de pequi, defendida em junho de 2004 pela aluna do IB Juliana Khouri.

Por trás do título, carregado de palavras estranhas ao caboclo familiarizado com o sabor da fruta, está a boa notícia: "O pequi é capaz de proteger as células dos efeitos colaterais das drogas usadas no tratamento de câncer, que costumam ser muito violentos", afirma o professor Grisólia. Rico em vitaminas A, C e E e betacarotenóides (componentes com propriedades antioxidantes, que têm a capacidade de proteger o organismo da ação danosa dos radicais livres), o extrato de polpa de pequi foi aplicado em células de ovário de hamster chinês que estavam submetidas também a uma combinação de substâncias como ciclofosfamida e bleomicina (drogas usadas no tratamento de pacientes com câncer).

Os testes estatísticos revelaram que o pequi exerceu efeito protetor contra os danos causados às células por essa combinação. E que, além de amenizar a ação degenerativa das drogas, o extrato da fruta não afeta o índice proliferativo das células sadias. A pesquisa do professor César Grisólia não chega a mensurar essa ação protetora. "Mas já é considerável comprovarmos que o pequi tem essa propriedade. Medir o quanto ele protege as células, aí já é outra pesquisa", esclarece.
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VALOR DO PEQUI NA ALIMENTAÇÃO:
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A riqueza do pequi como alimento pode ser avaliada pelos seguintes tópicos;
a)É o fruto com maior teor de Vitamina A (retinol);
b)Em Vitamina B-1 (tianina) é igual ao caju, morango, jenipapo e mamão;
c)Em Vitamina B-2 (riboflavina) é igual a uma gema de ovo;
d)Em Teor Protéico é igual ao abacate e a banana prata;
e)Em gordura é igual ao abacate e o buriti;
f)Em açúcar comparasse a jabuticaba e a uva;
g)Em cálcio é igual ao caju, maracujá e a laranja;
h)Em ferro é igual ao tomate;
i)Em cobre é igual ao amendoim, figo e uva.
Fonte: Seu Pedro - seupedro@micks.com.br

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Palestra Empreendedorismo Social: os desafios da divulgação no Ensino Superior



O Time SIFE UFC Cariri e o LIEGS, ambos, grupos compostos por alunos e professores da Universidade Federal do Ceará, Campus Cariri, realizará no dia 15 de abril a palestra Empreendedorismo Social: os desafios da divulgação no Ensino Superior.
Proferida por Mafoane Odara P. Santos, coordenadora pedagógica da Ashoka, a palestra Empreendedorismo Social: os desafios da divulgação no Ensino Superior vem estimular o empreendedorismo e divulgar seus conceitos, aberto a comunidade acadêmica e público em geral.
A ASHOKA Empreendedores Sociais é uma organização internacional sem fins lucrativos, pioneira no conceito e na prática do empreendedorismo social no mundo. Por meio de sua visão, a Ashoka acredita que todo mundo pode mudar o mundo, atuando para desenvolver um setor social global capaz de reagir rápida e eficazmente às mudanças sociais em qualquer parte do mundo e para que cada integrante da sociedade seja um agente capaz de promover transformações sociais positivas.
O evento terá como apoio os seguintes órgãos: Ashoka e Geração MudaMundo.
A palestra ocorrerá no dia 15 de abril às 18h30min no Campus da UFC Cariri, sito à Av. Tenente Raimundo Rocha S/N - Cidade Universitária - Juazeiro do Norte – CE.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Exploração sustentavel do pequi



"O PEQUI RENDE MAIS COM MENOS EXPLORAÇÃO" O QUE FOI FEITO DO PROJETO DO PNUD?
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, projeto este direcionado para orientar a exploração de maneira sustentável do Pequi, temendo a sua diminiução e um conseqüente desequilíbrio ecológico na Chapada de Araripe).

"Ensinar comunidades a fazer o manejo da fruta de maneira a aumentar a produção e diminuir danos ambientais é fundamental".

O pequi é um fruto do tamanho de uma laranja pequena, é típico do Cerrado brasileiro, mas há um oásis na Caatinga em que ele é abundante: na Chapada do Araripe, no Ceará. Em uma altitude de 800 metros, com serras que dificultam a passagem das nuvens, a região tem clima diferente do restante do Nordeste: é mais úmido e mais chuvoso, o que favorece a produção do fruto. E é dele que a maioria das comunidades da Chapada tira seu sustento.
“O pequi é parte da tradição dos moradores da Chapada do Araripe”, afirma Francisco Campello, coordenador de um Projeto Manejo Integrado de Ecossistema para o Bioma Caatinga, do GEF (Fundo para o Meio Ambiente Mundial) e do PNUD, em 2005. O fruto é usado principalmente para a produção de óleo (produto que é vendido na região de Juazeiro e em alguns lugares do Estado de São Paulo), além de aparecer como ingrediente em vários pratos típicos da região.

O projeto coordenado por Campello visava ajudar a população local a tirar o máximo proveito possível do pequi, com impacto ao mínimo na floresta. A primeira vertente consiste em ensinar a melhorar a produção do óleo de pequi através de novas técnicas e a produzir outras coisas com essa matéria-prima. “A popa do pequi também pode ser usada para ração animal, e a amêndoa pode gerar um óleo fino, bastante apreciado pela indústria de cosméticos, por exemplo”, afirma Campello.

Ensinar os moradores das comunidades da Chapada a agregar mais valor ao pequi tem uma importância dupla: oferecer uma fonte alternativa de renda e, ao assegurar uma maior lucratividade por fruta, evitar que se retire tanto fruto da mata.

A segunda vertente do projeto, consistia em trabalhar com as comunidades para diminuir a degradação da floresta. Apesar de ser um recurso não-madeireiro, explorar o recurso sem um manejo sustentável também enfraquece a mata da região da Chapada do Araripe: o fruto é consumido por diversas espécies de pássaros e outros animais, que não apenas se alimentam como espalham a semente do pequi pela floresta, permitindo o crescimento de novas plantas. Se tudo for usado para consumo humano, diminui o alimento das espécies animais e diminui também a quantidade de árvores na floresta.

Antigamente, os moradores pegavam apenas os pequis que estavam já amadurecidos e caídos no solo. “Eles eram chamados de catadores de pequi porque, realmente, apenas catavam as frutas do chão”, conta Campello. O aumento da demanda pelo fruto, no entanto, fez as comunidades passarem a explorar mais o recurso, chegando a balançar os galhos para derrubar o fruto ainda verde.

“Retirar o pequi antes da hora é ruim tanto para o meio ambiente quanto para a comunidade. O fruto verde não faz um bom óleo e sua retirada atrapalha o desenvolvimento da floresta”, afirma o coordenador do projeto.

Para mudar a atitude dos moradores, os técnicos do programa foram de grupo em grupo ensinando por que é importante fazer a exploração de maneira sustentável. Com isso, a população aprendeu a não chacoalhar os galhos das árvores e a retirar apenas os frutos do chão — ainda assim, deixando uma parte para ser consumida pelos animais, para que outras árvores possam nascer.

O trabalho do projeto com as populações do Araripe gerou ainda um último benefício. A produção de pequi de algumas comunidades está sendo comprada antecipadamente pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), como parte de uma outra iniciativa do PNUD, o Projeto de Revitalização da Companhia Nacional de Abastecimento. O fruto comprado pela CONAB é usado para dar alimento aos projetos sociais do governo na região.

A Chapada do Araripe é uma das nove regiões selecionadas pelo Projeto de Manejo de Ecossistema do Bioma Caatinga em sua primeira fase. Essas áreas, segundo Campello, foram escolhidas por terem problemas representativos da região. Quando a segunda fase entrar em operação, as experiências desenvolvidas nesses locais serão repetidas em outros pontos da Caatinga. E, ao final, na terceira etapa, o objetivo é ter bases para a formulação de políticas públicas efetivas para ajudar a população que vive nesse bioma.

MARÍLIA JUSTE
fonte: odemocrato.blogspot.com

Mais destaque na mídia Cearense!!!


Desta vez foi o jornal Diario do Nordeste(03/04/2010) que expos nossa conquista.

domingo, 4 de abril de 2010

DICA SIFE: Os sete pecados capitais do PowerPoint

Antes de preparar sua próxima apresentação, use a lista de pecados a seguir como uma checklist dos principais pontos que devem ser evitados:

1-Começar se desculpando: “Ficou pronto agora”, “não tive tempo suficiente para me preparar”, “minha voz pode falhar”, “estou substituindo quem realmente entende do assunto”, “não sei usar direito este equipamento” – é possível que seja tudo verdade, mas se você não disser, talvez boa parte do público nem note. Só que quando você diz, você garante que as pessoas prestarão atenção a estas deficiências (ainda que mínimas), quando deveriam estar atentas à sua mensagem. Tenha fé em si mesmo, e deixe sua mensagem ser o centro das atenções.

 Quem ainda aguenta?
  
2-Transições, efeitos sonoros, cliparts e modelos padrão – quem aguenta aqueles bonequinhos de palitos, imagens de troféus para representar as metas, e outros grafismos e conjuntos de cores, layouts e estruturas visuais que vêm com a ferramenta e são usados desde o tempo do guaraná de rolha? Imagens representativas são ferramentas poderosas, mas pesquise algumas melhores, ou recorra a quem possa lhe ajudar com isso! As transições, mesmo quando não são “as mesmas de sempre”, ainda têm o ponto negativo de atrair a atenção do público para longe de você bem no momento em que eles deveriam estar olhando você apresentar a nova idéia que o levou a mudar de slide. 

3-Excesso de texto: Slide não é apostila, nem enciclopédia, nem guia para o apresentador. Use o visual da sua apresentação para ilustrar, dar uma visão de conjunto e complementar, não como uma base de texto para o público ler enquanto você fala a mesma coisa. Uma boa regra para garantir que o slide não vire apostila é obrigar-se a usar só fontes grandes (tamanho 30, e não tamanho 12…)


4“Vocês estão conseguindo ler?”: Esta frase deveria ser proibida. Se você tem dúvida, não deveria ter construído o slide assim. E o pior: isso costuma acontecer em slides com dados importantes, scanneados ou colados de outros documentos feitos para serem lidos sobre a mesa. Se você tem uma massa de dados que é importante o suficiente para estar na sua apresentação, não basta copiá-la, é necessário torná-la legível e compreensível na forma de slides, mesmo que seja necessário transpor, exibir graficamente, quebrar em vários slides, ou selecionar apenas a parte essencial.


5-Depender da ferramenta: se a apresentação for importante para você, você é o maior interessado em garantir que tudo irá bem. Leve consigo cópias extras dos arquivos necessários, sem jamais depender apenas de uma mídia – o drive de CD pode não estar funcionando, o pen drive pode não ser reconhecido, o projetor pode ser incompatível com seu notebook. Teste tudo antes, porque na hora da verdade tudo fica muito mais difícil. E saiba o que irá fazer caso a tecnologia falhe epicamente por razões fora do seu controle – idealmente você estará familiarizado com seu conteúdo e poderá ao menos fazer uma breve exposição de 10 minutos sobre os pontos principais, mesmo que o projetor e o notebook tenham queimado simultaneamente, como já vi acontecer.


6-Usar tempo demais: bons comunicadores conseguem adequar qualquer tema a qualquer quantidade de tempo disponível – sejam 5 minutos ou 5 horas, e merecem nossa admiração por isso. Mas nem todos somos bons comunicadores, e erramos quando tentamos fazer nossas apresentações preencherem o tempo que estiver disponível. Mesmo na sala de aula, a apresentação é uma técnica para transmitir uma mensagem, e não para preencher um determinado tempo. Saiba qual a sua mensagem, e faça com que a apresentação dure apenas o necessário – não a encha de introduções, históricos, complementos e anexos. O tempo do seu público é valioso, e a capacidade de manter a atenção focalizada em você é sempre limitada. Se você desperdiçá-la com longas introduções, vai sentir falta dela quando chegar ao filé mignom de sua mensagem.
  
7- LER: coloquei o verbo em maiúsculas, porque ler é mesmo um dos maiores pecados, mesmo sendo uma palavra tão curta. O apresentador não deve ler nada – nem os slides, nem anotações, nem um trecho da apostila. O público sabe ler, e consegue ver o seu slide. Fale com eles, ouça-os, e saiba o que dizer, na sequência certa, e com todos os pontos principais. Se houver algum aspecto textual da sua apresentação que não é importante o suficiente para ser aprendido e memorizado por você, provavelmente ele não é importante o suficiente para estar nela, também.

Resumindo em uma frase curta

Na hora de compor seus próximos slides,

Resumindo em uma frase curta

Na hora de compor seus próximos slides, a “regra dos 10/20/30″, proposta por Guy Kawasaki, é um primor de simplicidade, porque foi composta por alguém cuja atividade profissional exigia assistir a grande número de apresentações diferentes todos os dias, e serve como uma linha geral, que você pode flexibilizar apenas no que for essencial.
Vou resumi-la: nenhuma apresentação efetiva deve ter mais de 10 slides, durar mais de 20 minutos ou ter alguma fonte de tamanho menor que 30.
Apresentações servem para transmitir idéias. Use-as bem, e elas funcionarão a seu favor. Caso contrário… a idéia que você transmitirá poderá funcionar contra você.
, proposta por Guy Kawasaki, é um primor de simplicidade, porque foi composta por alguém cuja atividade profissional exigia assistir a grande número de apresentações diferentes todos os dias, e serve como uma linha geral, que você pode flexibilizar apenas no que for essencial.
Vou resumi-la: nenhuma apresentação efetiva deve ter mais de 10 slides, durar mais de 20 minutos ou ter alguma fonte de tamanho menor que 30.
Apresentações servem para transmitir idéias. Use-as bem, e elas funcionarão a seu favor. Caso contrário… a idéia que você transmitirá poderá funcionar contra você.


 fonte: http://www.efetividade.net/2010/03/25/os-sete-pecados-capitais-do-powerpoint/