sábado, 13 de novembro de 2010



Em todo o Brasil e em mais 102 países serão 7 dias de palestras, competições, workshops, jogos, feiras e outras iniciativas que vão colocar suas idéias em movimento!

Aproveitem!!

Semana Global do Empreendedorismo do dia 15 a 21 de Novembro de 2010.

Fonte: http://www.semanaglobal.org.br/

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade corporativa

Por Julianna Antunes


Muita gente se pergunta como surgiu a sustentabilidade, a responsabilidade social e a responsabilidade ambiental dentro das empresas. A filantropia, o começo de tudo, é secular. Mais para década de 70 e 80 as empresas começaram a pensar em ações para mitigar impactos ambientais e sociais e iniciou-se então o que conhecemos hoje por responsabilidade social corporativa.


Nos últimos 10 anos a forma das organizações trabalharem as questões socioambientais mudou. É claro que estou falando de um panorama geral e no Brasil isso ainda está muito longe de ser efetivamente praticado. Mas o fato das organizações enxergarem oportunidades nesse meio fez com que a responsabilidade social se transformasse em sustentabilidade e entrasse no discurso e no planejamento estratégico das empresas.


Já escrevi aqui sobre a diferença entre responsabilidade social e sustentabilidade. Além das diferenças, a sustentabilidade corporativa está atrelada ao conceito de desenvolvimento sustentável lançado para o mundo no final dos anos 80, a partir de debates promovidos pela ONU no início da década. Na ocasião, a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, foi nomeada chefe da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.


O objetivo da comissão, um grupo autônomo, era avaliar as questões de meio ambiente e desenvolvimento do planeta, formulando propostas realistas como solução aos problemas encontrados, assegurando que o progresso da humanidade acontecesse sem que a natureza entrasse em colapso. Esses debates acabaram, então, por gerar o famoso Relatório Brundtland ou Our Common Future.


O relatório, apresentado ao mundo em 1987, apontou a incompatibilidade entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes na época. O seu conteúdo já trazia um tom de alerta para que os governantes assumissem a responsabilidade pelos impactos ambientais e as decisões políticas que os originavam. Reparem: há mais de 20 anos já se falavam da irresponsabilidade de produção e consumo.


Citado pela primeira vez no Relatório de Brundtland, o termo desenvolvimento sustentável foi denominado como "a satisfação das necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades". Ainda segundo o relatório, uma série de medidas deveria ser tomada pelos países para a promoção do desenvolvimento sustentável, entre eles:


- Limitação do crescimento populacional;


- Garantia de recursos básicos em longo prazo (água, energia, alimentos);


- Atendimento das necessidades básicas;


- Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;


- Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores.


Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável transformou-se em referência para diversas causas sociais e ambientais em todo o mundo, transcendendo sua amplitude política e governamental, atingindo o mundo corporativo. Tendo como foco as premissas do desenvolvimento sustentável, diversas empresas, hoje, utilizam o badalado triple bottom line para condução de seus negócios.


Além da conhecida base econômica, social e ambiental, os pilares da cultura e da política, hoje, também estão inseridos no conceito de sustentabilidade corporativa. A ampliação do tripé tornou-se fundamental, uma vez que, em maior ou menor grau, novos fatores acabam por impactar a cadeia de valores das empresas, independente da área de atuação ou da natureza dos produtos.


Apesar de ainda não ser muito discutido, a importância da política e da cultura para a sustentabilidade é evidente. Quando se fala do aspecto político, estamos falamos da coerência entre o que é esperado e a prática adotada por uma organização, uma determinada sociedade ou mesmo um governo. É meio que a prática alinhada ao discurso. Uma empresa não é sustentável se adota uma política inflexível de negociação com os funcionários ou não acompanha a legislação ambiental vigente, por exemplo.


Já o aspecto cultural se refere a que tipo de sociedade a empresa está inserida, o comportamento, as limitações e suas peculiaridades. Com a globalização, as organizações multinacionais se proliferaram e estão em todos os lugares do mundo. Respeitar as diferenças e características locais é vista como vantagem competitiva e pode, dependendo do caso, até significar a sobrevivência em mercados regionais.


Fonte:http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-surgimento-do-conceito-de-desenvolvimento-sustentavel-e-a-sustentabilidade-corporativa/44733

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Resultado Seleção de Membros

É com um enorme prazer que anunciamos os novos membros no Time SIFE UFC Cariri, desde já agradecemos a todos que fizeram parte da seleção de novos membro 2010.2 do time.

Os selecionados foram:
  • Ana Priscilla Gonçalves Avelino (do curso de administração)
  • Anagéssica Fernandes Nonato de Oliveira (do curso de biblioteconomia)
  • Cristiano Alves do Nascimento (do curso de engenharia civil)
  • Jeampierre Tavares Belino (do curso de engenharia de materiais)
  • Luisaline Lima Oliveira (do curso de administração)
  • Maria do Socorro da Silva (do curso de design de produtos)
  • Rafael Ramalho Nóbrega (do curso de administração)
  • Raquel Nogueira Rocha (do curso de administração)

Sejam Bem Vindos, Novos SIFEANOS!
Há muito trabalho a ser feito desde já!
E vamos com tudo!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


A SIFE UFC Cariri informa à todos os alunos devidamente matriculados nos cursos da UFC Campus Cariri, que estão abertas as inscrições para seleção de novos membros.

A seleção será composta por apenas uma etapa, que consiste numa entrevista a se realizar no dia 30/08.

Para fazer sua inscrição, clique aqui.

domingo, 15 de agosto de 2010

Veja o que muda na sua vida com a nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos

Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu

A chamada “Lei do Lixo” foi sancionada dia 2 de agosto pelo presidente Lula e deve começar a valer em até 90 dias

[...]

Segundo a Agência Senado, o principal alvo do projeto é “um dos mais sérios problemas do país, que é a ausência de regras para tratamento das 150 mil toneladas de lixo produzidas diariamente nas cidades brasileiras”.

De acordo com dados que embasaram o projeto, do lixo produzido no Brasil, 59% vão para os "lixões". Apenas 13% do lixo têm destinação correta, em aterros sanitários. Dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 405 tinham serviço de coleta seletiva em 2008.

O projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados em 1989 e só começou a ser analisado em 1991. Só neste ano, foi aprovado e enviado ao Senado, onde passou pelas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Assuntos Econômicos (CAE), Assuntos Sociais (CAS) e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), antes da aprovação em plenário.

“Estamos vivendo um momento histórico. Este projeto mostra a importância do meio ambiente e procura resolver o maior problema ambiental do país hoje que é esta questão dos resíduos sólidos”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que acompanhou a votação.

Para o senador César Borges (PR-BA), relator do projeto no Senado, o objetivo da proposta é reduzir a geração de resíduos, incentivar a reciclagem e determinar o que fazer com o lixo remanescente.

“Hoje você tem legislações diversas nos estados e nos municípios. Agora, teremos diretrizes gerais para disciplinar o manejo”, afirmou.

André Vilhena, diretor executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), declarou que a proposta é um ganho para o país, pois, está de acordo com os anseios da população brasileira.

O executivo se mostrou otimista em relação à implementação da lei. “Boa parte das medidas já se verificam no Brasil. Existem, por exemplo, empresas proativas que já fazem a logística reversa. A tendência agora é vermos uma massificação dessa tendência”.

O que muda com a nova lei
Em geral, o projeto estabelece a “responsabilidade compartilhada” entre governo, indústria, comércio e consumidor final no gerenciamento e na gestão dos resíduos sólidos.

As normas e sanções previstas em caso do descumprimento da lei aplicam-se às pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos.

Consumidores
- Pela lógica da “responsabilidade compartilhada”, os consumidores finais estão também responsabilizados e terão de acondicionar de forma adequada seu lixo para a coleta, inclusive fazendo a separação onde houver coleta seletiva;

- Os consumidores são proibidos de descartar resíduos sólidos em praias, no mar, em rios e em lagos.

Poder público
- Depois de sancionada a lei pelo Presidente da República, os municípios terão um prazo de quatro anos para fazer um plano de manejo dos resíduos sólidos em conformidade com as novas diretrizes;

- Todas as entidades estão proibidas de manter ou criar lixões. As prefeituras deverão construir aterros sanitários adequados ambientalmente, onde só poderão ser depositados os resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento ou compostagem;

- A União, os Estados e os municípios são obrigados a elaborar planos para tratar de resíduos sólidos, estabelecendo metas e programas de reciclagem;

- Os municípios só receberão dinheiro do governo federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos depois de aprovarem planos de gestão;

- Os consórcios intermunicipais para a área de lixo terão prioridade no financiamento federal;

- O texto trata também da possibilidade de incineração de lixo para evitar o acúmulo de resíduos.

Indústria e comércio
A nova lei cria a “logística reversa”, que obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a criar mecanismos para recolher as embalagens após o uso. A medida valeria para o setor de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, eletroeletrônicos e para todos os tipos de lâmpadas.

- Depois de usados pelo consumidor final, os itens acima mencionados, além dos produtos eletroeletrônicos e seus componentes, deverão retornar para as empresas, que darão a destinação ambiental adequada.

Cooperativas e associações de catadores e de reciclagem

- O projeto prevê que o poder público incentive as atividades de cooperativas e associações de catadores de resíduos recicláveis e entidades de reciclagem, por meio de linhas de financiamento;

- As embalagens de produtos fabricados em território nacional deverão ser confeccionadas a partir de materiais que propiciem sua reutilização ou reciclagem para viabilizar ainda mais os profissionais de coleta seletiva e reciclagem;

Proibições gerais e sanções
A lei proíbe:

- Importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos;

- Lançamento de resíduos sólidos em praias, no mar, em rios e lagos;

- Lançamento de resíduos in natura a céu aberto;

- A queima de lixo a céu aberto ou em instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade.

O infrator que desrespeitar a lei cometerá crime federal, que prevê pena máxima de cinco anos de reclusão e multa, de acordo com as sanções previstas para crimes ambientais relacionados à poluição. A pena, no entanto, não se aplica no caso do lixo doméstico.

Fonte: http://www.akatu.org.br/central/especiais/2010/senado-aprova-politica-nacional-dos-residuos-solidos-1

sábado, 31 de julho de 2010

SIFE UFC Cariri premiada no Campeonato Nacional

A SIFE UFC Cariri, projeto de extensão voltado para o Empreendedorismo Social do Curso de Administração do Campus da UFC no Cariri, participou do Campeonato Nacional SIFE Brasil 2010 na cidade de São Paulo – SP, durante os dias 21 e 22 de julho de 2010. O time em sua segunda participação na competição nacional conquistou as seguintes premiações: Premio Endeavor e SIFE Brasil – Semana Global de Empreendedorismo 2009 e Premio Espírito SIFE – que é concedido em reconhecimento ao espírito empreendedor do time, que demonstrou dinamismo, dedicação, empreendedorismo e paixão por desafios, colhendo resultados sólidos de mudança na vida das comunidades nas quais desenvolvem os projetos socialmente empreendedores no ciclo 2009 - 2010.


SIFE é a sigla em inglês para Students in Free Enterprise (Associação de Estudantes em Livre Iniciativa). Trata-se de uma organização mundial de estudantes vinculados a Instituições de Ensino Superior que desde 2009 está na UFC Cariri como um projeto de extensão congregando estudantes e professores do Curso de Administração daquele Campus na execução e apoio a projetos sociais.


O Campeonato Nacional SIFE Brasil é uma competição anual que tem como intuito a apresentação dos projetos socialmente empreendedores desenvolvidos pelos times SIFE do país. As apresentações dos projetos dos times SIFE são julgadas por respeitados empresários e dirigentes de grandes empresas instaladas no Brasil, além de professores e acadêmicos renomados. Dentre os jurados deste ano, estavam Johannes Castellano, diretor de Recursos Humanos da Azul Linhas Aéreas; Márcia Drysdale, gerente de treinamento e desenvolvimento América Latina da Cargill; e Rodrigo Pires, supervisor de Recursos Humanos da INDG.


O time SIFE UFC Cariri - duplamente premiado neste ano, em São Paulo - foi representado na competição nacional pelo professor Roberto Rodrigues Ramos (Tutor do Projeto) e pelos estudantes Tiago de Alencar Viana, Erick Ferreira Coelho, Ana Sara Leite Santos, Gabriela Tavares Aragão, Ana Carolina Rodrigues Palmeira, Thiago de Brito e Ítalo Anderson Taumaturgo dos Santos, todos do Curso de Administração. Um dos prêmios - o Premio Endeavor e SIFE Brasil – foi concedido pelo excelente resultado do time SIFE UFC Cariri com o evento "I Empreender Faz Bem", realizado em novembro de 2009, durante a Semana Global de Empreendedorismo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa de Assaré.


Como forma de disponibilizar neste espaço informações que possam contribuir para aspectos do desenvolvimento local e neste caso, principalmente no aspecto do desenvolvimento cultural da região do Cariri, segue a seguir uma notícia a respeito das culturas populares:

Poetas, editores, produtores e pesquisadores que atuam com as culturas populares agora têm um prêmio para o desenvolvimento das suas produções, primeira ação de incentivo ao cordel desde a regulamentação da profissão, em 14 de janeiro. O Ministério da Cultura lança nesta terça-feira, dia 8 de junho, às 18h, em Juazeiro do Norte (CE), no Centro Cultural do Banco do Nordeste Cariri (Rua São Pedro, 337), o Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa de Assaré.

Serão selecionadas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins. Estão orçados R$ 3 milhões, distribuídos entre as iniciativas contempladas. As inscrições encerram-se dia 30 de julho de 2010.

O prêmio vem ressaltar a importância da Literatura de Cordel como patrimônio imaterial brasileiro, entendendo sua unicidade e papel fundamental na construção da identidade e da diversidade cultural brasileira. Podem concorrer poetas, repentistas, cantadores, emboladores, xilógrafos e demais artistas populares e profissionais da cultura em quatro categorias.

Mais informações no site: http://www.cultura.gov.br/site/2010/06/08/premio-mais-cultura-de-literatura-de-cordel-2010-edicao-patativa-do-assare/


sábado, 26 de junho de 2010

Vitrine virtual mostra opções para construção sustentável

Portal expõe mais de 300 produtos de menor impacto ambiental, entre móveis, decoração e soluções de hidráulica, cobertura, iluminação e saneamento; fabricantes podem aderir

Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu

Engenheiros, arquitetos e quem está construindo, vai construir ou até mesmo fazer uma reforma, já contam com uma nova ferramenta para tornar seus projetos mais sustentáveis: o portal “Construção Eficiente". Lançado na sexta-feira (18/6), o site é uma espécie de vitrine virtual, em que fabricantes e fornecedores da indústria da construção civil expõem produtos inovadores sob o ponto de vista de preservação ambiental.

O portal já conta com mais de 300 itens de 90 fabricantes, todos já disponíveis no mercado. Sistemas hidráulicos que permitem o reaproveitamento de água, aquecedores solares para residências, composteiras domésticas e tijolos construídos a partir de resíduos estão entre os produtos listados.

“O portal se destina principalmente a engenheiros e arquitetos porque são eles que tomam as decisões quanto aos produtos a serem usados em uma construção”, diz Karina de Souza, sócia da Rudra Tecnologias Sustentáveis, empresa que desenvolveu o portal. “Mas também há pessoas que estão construindo e têm interesse em fazê-lo de forma ecoeficiente. O ‘Construção Eficiente’ é uma ferramenta que atende a todos eles.”

Empresas fabricantes interessadas em anunciar seus produtos devem fazer um cadastro e pagar o valor referente ao plano escolhido. Já para os compradores, o site permite selecionar diversas opções de produtos, solicitar e comparar orçamentos gratuitamente.

Segundo Karina, o fato de a indústria de construção civil ser uma das que mais causam prejuízos ambientais tem incentivado o surgimento de várias empresas inovadoras que buscam soluções mais ecológicas para o setor. “Entretanto, ainda faltam comunicação e comercialização eficientes entre quem fabrica e quem consome esses produtos. O portal surge para facilitar essa comunicação.”

Para Fábio Yukio Pecora, arquiteto da Prime Arquitetura, uma empresa que oferece soluções arquitetônicas para escritórios e residências, a preferência por esse tipo de material é uma tendência irreversível e que futuramente vai predominar no mercado. “Isso hoje não acontece porque os preços ainda não são competitivos, mas essas iniciativas trazem um volume de mercado maior para esses produtos, tornando-os mais populares.”

“Toda iniciativa que buscar soluções mais sustentáveis para qualquer que seja o setor de atividade é bem vinda. Entretanto, qualquer processo de consumo tem impactos sobre o meio ambiente e sobre a sociedade. Mas é possível buscar e fazer com que esse impacto seja o mínimo possível, seja qual for o setor de atividade”, comenta Ricardo Oliani, coordenador de Mobilização Comunitária do Instituto Akatu.

Fonte: http://www.akatu.org.br/central/noticias/2010/vitrine-virtual-mostra-opcoes-para-construcao-sustentavel

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Treinamento de Empreendedorismo


Neste dia 08 de junho, terça-feira, o time SIFE realizou um treinamento sobre empreendedorismo com os membros da Organização Não Governamental de Assistência a Melhor Idade (ONGAMI), nas depêncencias da mesma. Os ministrantes foram Tiago Alencar e Joan Amorim, contando com a supervisão da Professora Liana Esmeraldo, da área de Gestão de Pessoas.
O treinamento iniciou-se com uma ótima dinâmica sobre rede de contatos e relações pessoais. Depois foi posto em discurssão o que seria empreendedorismo e o que é necessário pra ser um empreendedor, foi explanado acerca das características que podem ser observadas em um empreendedor e foi mostrado, também, alguns casos de sucessos, como o de Bill Gates e o de uma jovem paraibana.
Procurou-se com o treinamento inspirar e nortear o público alvo, que eram os idosos da ONG, e incentivá-los a procurar inovar naquilo que fazem, já que parte deles é micro-empreendedor.


sábado, 24 de abril de 2010

Para que serve uma ONG?


Há uma década, as ONGs pareciam ser a salvação do país. Hoje, há quem ache que elas são um enorme problema. Entre o céu e o inferno, o terceiro setor tenta descobrir quem é, para que serve e qual seu futuro

por Sérgio Gwercman

Um outro mundo é possível. Ou outro Brasil, que seja. Era o que se prometia para o futuro em junho de 1992, quando governantes de 108 países e 9 mil ONGs se reuniram no Rio de Janeiro para discutir os rumos ecológicos do planeta. A Rio-92, como foi batizado o encontro, entrou para a história das organizações não-governamentais brasileiras. Nunca elas haviam conseguido tanto destaque e espaço para debater suas posições, lado a lado com os mais importantes chefes de Estado.

Havia no ar a sensação de que estava surgindo um novo modelo de trabalho. Revolucionário e eficiente. Sem os vícios políticos e burocráticos do Estado, sem a ganância das empresas, formado apenas por cidadãos comprometidos com uma causa e dispostos a trabalhar por uma sociedade mais justa.

Dez anos mais tarde, o sonho de transformação deu lugar a uma realidade bem menos otimista. Uma pesquisa do Ibope revelou que 73% dos brasileiros nem mesmo sabem o que é uma ONG. Em algum lugar tanta expectativa se desfez. “Chegamos a um paradoxo em que há muito espaço para atuação e pouco para conseguir resultados”, afirma Jorge Eduardo Durão, presidente da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong). Nas próximas páginas você vai ler cinco perguntas e respostas essenciais para entender esse movimento. E saber o que podemos esperar dele.

O que é uma ONG?

Se levássemos ao pé da letra o significado da sigla poderíamos colocar na lista das organizações não-governamentais tudo aquilo não é empresa, mas também não faz parte do Estado. Incluindo aí o elitista Jockey Club ou a organização terrorista Al Qaeda. A bem da verdade, não existe uma definição clara de o que venha a ser uma ONG.

Pode-se dizer que ser organização não-governamental é uma filosofia de vida. A legislação cita associações, fundações e organizações civis de interesse público – não há uma lei no Brasil que utilize a palavra ONG. Os pilares em que elas estão fundamentadas foram desenhados e construídos pelos ideais de seus próprios participantes.

As portas dessa comunidade, no entanto, não estão abertas para todos. Alguns pré-requisitos precisam ser atendidos para um grupo ser considerado ONG. Fins lucrativos, claro, estão banidos. E o foco das atividades deve, sempre, estar voltado para a sociedade. “As ONGs são entidades comprometidas com determinadas causas. É um projeto político, uma interferência direta na sociedade”, diz Jorge, da Abong.

A falta de um conceito para definir o terceiro setor tem explicação. Estamos falando de uma experiência recente, ainda mais se comparada com o surgimento do primeiro setor (o Estado moderno, nascido das revoluções francesa e americana no século 18 ), e do segundo setor (a iniciativa privada, que opera da maneira como a conhecemos desde meados do século 17). O termo ONG apareceu na década de 50, durante uma convenção da ONU. No Brasil, elas são ainda mais novas. “Interferência direta na sociedade” e “projeto político”, lembrando as palavras de Jorge, são idéias impensáveis em tempos de ditadura. Assim, começamos a conhecer essas organizações apenas há duas décadas, quando o regime militar colocou pijama e saiu de cena. “‘Quem somos nós’ e ‘o que é uma ONG’ foram perguntas formuladas pela primeira vez na América Latina em meados dos anos 80”, escreve a antropóloga Leilah Landim, no livro ONGs e Universidades.

Para disciplinar a vida dessas “jovens”, o governo produziu em 1999 uma lei específica para o setor. A legislação, que não fala em “ONGs”, criou aº não menos enigmática “Oscip”, ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Sua inovação foi estipular critérios objetivos que uma entidade deve atender para ganhar do governo o reconhecimento de interesse público. “Para ser Oscip a organização deve disponibilizar ao público todas suas informações e atuar em áreas como assistência social, cultura e educação gratuita”, diz Maria Nazaré Barbosa, professora de legislação do terceiro setor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para que serve uma ONG?

“ONGs são as ferramentas que a população tem para participar da sociedade”, diz Plínio Bocchino, diretor de marketing da SOS Mata Atlântica, uma ONG fundada em 1986 para combater o desastre ecológico na mata que já ocupou 15% do território brasileiro e hoje mal chega a 2%. Até 20 anos atrás, participar da sociedade era sinônimo de votar ou ser membro de um partido político. Hoje, quem está insatisfeito pode entrar para uma ONG. Lá encontrará pessoas unidas por uma causa comum, lutando por ideais que consideram relevantes e, até por isso, focadas e especializadas nesses temas – sejam eles a utilização de bicicletas nas cidades, a construção de casas populares ecologicamente corretas ou a promoção do teatro nas periferias.

Mas o poder de ação das ONGs é limitado. Todos os entrevistados para esta reportagem são unânimes em dizer que elas não podem – e não devem – substituir o Estado. Pegue-se o exemplo do rio Tietê. “Jamais vai surgir uma ONG capaz de limpar o rio. Ela não teria dinheiro nem autoridade política para isso”, diz Luiz Carlos Merege, coordenador do Centro de Estudos do Terceiro Setor da FGV. Cabe à ONG protestar, organizar a sociedade, apresentar propostas, pressionar o governo e até associar-se a ele na execução do projeto. Mas ainda assim seria do Estado a responsabilidade de colocar a mão na massa.

As ONGs cumprem sua função?

Peguemos um exemplo de sucesso: o programa brasileiro de combate à aids. É impossível concebê-lo sem o terceiro setor. “Se não existissem ONGs especializadas em aids o atendimento aos portadores do HIV entraria em crise”, afirma Sergio Haddad, ex-presidente da Abong, em ONGs e Universidades. Nesse caso, assim como em muitos outros, o terceiro setor atingiu seus objetivos: levantou a discussão, pressionou o governo e auxiliou na execução do projeto. Há diversas histórias de sucesso como essa. Na década de 80, quando as ONGs ambientalistas começaram a crescer, ecologia era uma palavra desconhecida. Hoje, se é verdade que o desmatamento continua avançando, o debate ambiental vai das salas de aula às campanhas políticas. E há por todo lado ótimas iniciativas, como as campanhas de preservação de espécies capitaneadas pela SOS Mata Atlântica.

Enumerar sucessos, no entanto, pode deixar esquecida outra questão: todo esse movimento é suficiente para transformar o país ou estamos diante de um paliativo para que a sociedade possa dormir tranqüila acreditando que “alguém” está cuidando dos problemas do Brasil? Essa dúvida existencial tem feito parte das sessões de terapia do terceiro setor. “As ONGs vivem um momento de frustração. Estamos sendo um fracasso coletivo na tentativa de reverter o modelo de exclusão econômica”, diz Jorge Durão. Na verdade, podemos estar diante não apenas de uma crise de identidade, mas de dúvidas sobre a real capacidade de ação do terceiro setor. “As pessoas cristalizaram a idéia de que as ONGs são mais rápidas e menos burocratizadas que o Estado. Essa idéia é falsa”, diz o senador Mozarildo Cavalcanti, que em 2002 presidiu a CPI das ONGs, criada para investigar a atuação dessas entidades. Mozarildo toca num ponto nevrálgico do terceiro setor, que cresceu como alternativa a um Estado tão inchado quanto caro e ineficiente. A imagem que temos do Estado espelha a realidade. Mas as ONGs têm estruturas melhores? O senador acredita que não. “As ONGs gastam 60% dos recursos que recebem do governo na parte administrativa”, afirma. Segundo Mozarildo, em vez de esvaziar a máquina do Estado, estamos montando uma máquina paralela.

Quem financia as ONGs?

Ninguém sabe exatamente. Até hoje, nenhum estudo foi feito no Brasil para mapear em detalhes o funcionamento do terceiro setor. Assim, além de desconhecermos a origem do dinheiro, também não sabemos quem as ONGs são ou mesmo em que áreas atuam. O levantamento mais confiável sobre o assunto é o catálogo das filiadas à Abong. É bem pouco. A entidade reúne apenas 250 ONGs, enquanto estima-se que o país tenha algo como 250 mil.

De acordo com a Abong, seus principais financiadores são entidades internacionais, em especial da Europa. Em 2000, elas contribuíram com 50% do orçamento total do terceiro setor brasileiro filiado à Abong. A origem desse dinheiro está, em sua maioria, nos governos da Comunidade Européia. Assim, por mais paradoxal que seja, as maiores organizações não-governamentais do Brasil são financiadas com dinheiro governamental europeu.

Há um problema nesse mecanismo: quem decide o destino do dinheiro são os europeus. Por um lado, nada pode ser mais justo – é dinheiro deles, afinal. Mas a questão é qual o critério utilizado para escolher quem precisa de auxílio. “A comunidade internacional vê os bolsões de pobreza como um problema interno do Brasil. Assim, têm prioridade as ONGs que lidam com meio ambiente, que para os estrangeiros é um dos principais focos de atuação”, diz Nilto Tatto, secretário-executivo do Instituto Socioambiental (ISA), uma das mais ricas ONGs brasileiras, com orçamento anual de 11 milhões de reais, conseguidos principalmente no exterior.

A boa notícia é que, segundo especialistas, esse quadro está mudando. E ficando mais plural. A Abong já detectou um aumento do dinheiro estatal brasileiro no orçamento do terceiro setor. São parcerias com governos municipais, estaduais e federal. E, na iniciativa privada, o investimento social começa a deixar os departamentos de marketing e migrar para diretorias especializadas no assunto. “Isso é positivo, porque os marqueteiros pautam suas prioridades apenas pela possibilidade de exposição das marcas”, diz Luiz Merege, da FGV.

Qual o futuro das ONGs?

Uns erram, todos pagam o pato. É assim na política e na vida em sociedade, e não seria diferente no terceiro setor. No Rio de Janeiro, uma CPI estadual que investigou as ONGs apurou que algumas serviam de fachada para o governo contratar e comprar sem licitação. “A solução é separar as ONGs do Estado. Se é não-governamental, não deve dispor de recursos públicos”, afirma o deputado Paulo Ramos, presidente da CPI. O país, no entanto, está caminhando em outra direção. Além de regulamentar o setor, a lei das Oscips aumentou as possibilidades de parcerias entre Estado e sociedade civil. Por enquanto esses convênios são poucos, mas parecem apontar para um modelo que crescerá no futuro. O governo coloca dinheiro e as ONGs entram com seu conhecimento especializado.

Mas ninguém quer depender exclusivamente do Estado, até porque estamos falando de organizações não-governamentais – e não neo-estatais, como apelidaram alguns críticos. O desafio então é aumentar o dinheiro privado para o terceiro setor. E isso poderia acontecer com a mudança de algumas regras do jogo. Uma delas é seguir o modelo norte-americano e permitir que doações feitas por cidadãos possam ser deduzidas do imposto de renda – atualmente isso é privilégio das empresas. Há também quem defenda a redução da diferença entre a renúncia fiscal para a área social e para a cultura, por exemplo. “Quem dá dinheiro para música erudita recupera até 100% do investimento com a dedução de impostos. Na área social, chega-se no máximo a 30%”, diz Maria Nazaré, da FGV. Ou seja, é mais barato investir em cultura que em reduzir a pobreza. É óbvio que os empresários vão levar isso em conta ao aplicar seus recursos.

A mudança nessas regras poderia ajudar a desatar o nó da sustentabilidade, um dos principais entraves para o sucesso do terceiro setor. Como as pequenas empresas, as ONGs enfrentam forte concorrência e boa parte delas não supera os primeiros anos de vida. Passam mais tempo lutando por dinheiro que pelas causas que originaram sua existência. A saída, não há dúvidas, está na profissionalização do setor. “Profissionalização é essencial para conseguir eficiência. E eficiência é saber como eu, com poucos recursos, posso lidar com problemas tão amplos”, diz Célia Cruz, diretora da Ashoka, uma ONG que financia profissionais do terceiro setor, os chamados “empreendedores sociais”. Em resumo: um outro mundo é possível, sim. Mas, para construí-lo, é preciso mais que idealismo.

Para saber mais

Na livraria:

O Público Não-Estatal, Luiz Carlos Bresser Pereira e Nuria Grau (organizadores), Fundação Getúlio Vargas, 1999

ONGs e Universidades, Sérgio Haddad (organizador), Abong, 2002

Na internet:

www.abong.org.br, Site da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais