O mercado de crédito de carbono, que negocia a redução de gases do efeito estufa na atmosfera, chegou ao Semiárido. No lugar de caatinga, cerâmica do Sertão usa lenha de manejo florestal, bagaço de cana, casca de babaçu, pó de serra e restos de poda de árvores para cozer telhas e tijolos. A substituição permitiu a venda, este ano, de 114 mil créditos ao Banco Mundial (Bird). Cada crédito equivale a uma tonelada de carbono que teve emissão evitada. O negócio rendeu à Cerâmica Gomes de Matos, no Crato (CE), US$ 684 mil. Por enquanto a negociação é feita no mercado paralelo. Também chamado de carbono social ou mercado voluntário de carbono, não atende todos os pré-requisitos do Protocolo de Kyoto, mas é reconhecido pela ONU. No paralelo um crédito custa US$ 6. Antes de entrar no mercado de carbono, a cerâmica aquecia fornos com lenha de desmatamento da caatinga, coque de petróleo e óleo BPF.Passamos a usar lenha de plano de manejo florestal e incorporamos outros tipos de biomassa, todos renováveis.Para o industrial, a busca pela eficiência energética mostrou que conservação ambiental é compatível com desenvolvimento.Ou seja, proteger o meio ambiente dá dinheiro, pois se compra conta um metro de lenha por R$ 28. O metro de qual se fala é o estéreo. Equivalente a um metro cúbico não compacto de lenha, a unidade de medida leva em conta espaços vazios entre toras.
No ano de 2008 a empresa resolveu triturar torrões de argila no lugar de molhá-los por dois dias seguidos até que amolecessem o suficiente para moldar-se à forma de tijolos e telhas. O bombeamento da água correspondia ao maior consumo de eletricidade da fábrica; Agora os torrões passam por triturador projetado com dicas do empresário e movido a pó de serra. A medida resultou na redução à metade no valor da conta da Companhia Energética do Ceará (Coelce). Já por queimar restos de poda, os irmãos Gomes de Matos vendem créditos não de carbono, mas de metano. É que os troncos das árvores cortadas pela prefeitura do Crato antes apodreciam no lixão da cidade, no Cariri cearense, gerando gás metano. O crédito de metano é ainda mais valorizado. Uma tonelada é vendida a R$20. As operações de carbono da cerâmica cearense são feitas pela consultoria Carbono Social, de São Paulo.
A consultora Sílvia Cruz explica que o crédito no mercado voluntário custa menos, mas o processo anda mais rápido. O valor de um crédito em projetos aprovados pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que no Brasil é regulado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia alcança o dobro.
A consultora Sílvia Cruz explica que o crédito no mercado voluntário custa menos, mas o processo anda mais rápido. O valor de um crédito em projetos aprovados pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que no Brasil é regulado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia alcança o dobro.
Fonte: http://www.yousol.com/j
Ótima noticia esse cenário demonstra que o cariri caminha para desenvolvimento sustentável, apesar dos desmatamentos que ferem a floresta nacional do Araripe!
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